Graça a Deus que Ele não muda. O caráter dEle é infalível e imutável. E Suas misericórdias também. Ele sempre cumpre a parte dEle. O ser humano, porém, como já vimos em muitos programas anteriores, deixa a desejar.
Desde longa data o ser humano tem se desviado de Deus. Aconteceu com Israel e acontece conosco também. O apelo que Deus faz constantemente é que tornem a Ele e ele tornará para o ser humano. Não importa o tempo ou a distância. Deus está sempre esperando e pronto para perdoar e transformar.
Em sua hipocrisia, a maioria ímpia da nação de Judá, nos tempos de Malaquias, estava satisfeita com seus caminhos desleixados. Não via a real necessidade de conversão ao Senhor e pergunta em que eles necessitam emendar os seus caminhos. “Em que havemos de tornar?” (verso 7).
Deus responde que o homem está lhe roubando. Seria possível ao ser humano, na sua insignificância, roubar ao Deus infinito? Por incrível que pareça, isso acontecia nos tempos da Bíblia e acontece hoje também. Roubam a Deus nos dízimos e nas ofertas. A impressão que temos, ao ler Malaquias 3:8 é que o povo havia diminuído os dízimos e ofertas em virtude de condições adversas.
As ofertas de Israel eram as primícias, não menos do que um sexto do cereal, do vinho e do azeite (Deuteronômio 18:4). Havia diversos tipos de dízimo: (1) o décimo do restante das primícias, quantia destinada aos levitas para a sua subsistência (2) o décimo que os levitas pagavam aos sacerdotes (3) o segundo décimo que a congregação pagava para as necessidades dos levitas e suas famílias no tabernáculo e (4) outro dízimo de três em três anos para os pobres.
Esses dízimos todos não estavam sendo adequadamente dados pelo povo nos dias de Neemias e de Malaquias (Neemias 13:10). Por isso o povo é acusado de roubar a Deus. Buscando roubar a Deus, eles roubavam a si próprios, pois tinham fracasso da colheita e fome, juízos correspondentes ao seu pecado. Dessa maneira, eram amaldiçoados com a maldição, pois ainda estavam defraudando (é empregado aí o particípio) a Deus. E o mal estava sendo implantado por toda a nação.
Contudo, nem toda a esperança está perdida. O profeta mostra o caminho do favor de Deus. Há um importante princípio espiritual aqui enunciado, aplicável em qualquer época: Deus retribui com bênção o coração inteiramente dedicado a Ele. Se desejarmos que Deus abra Seu armazém, a casa do tesouro, devemos primeiro abrir o nosso. A nação é aconselhada a trazer o dízimo todo à casa do tesouro, para que haja mantimento na casa do Senhor (3:10).
O armazém constituía-se das câmaras (ou salas) que havia no Templo para onde eram levados os dízimos (Neemias 10:38 e 13:12). Em obediência a essa exortação eles verificariam mediante prova prática que o Senhor abriria as janelas do céu e derramaria bênção tal que não haveria espaço suficiente para contê-la.
Deus gosta de apresentar a prova prática como em II Crônicas 31:10. Deus lhes enviaria chuvas abundantes. Bênção abundante é comparada à chuva. Nada seria retido no caminho da bênção. Evidentemente a terra havia sofrido as conseqüências da seca, como vemos no versículo 11. Agora haveria superabundância e o espaço seria insuficiente para recebê-la.
Deus promete que todo fator prejudicial, o gafanhoto ou qualquer açoite similar procedente do Senhor, seria detido por amor a eles.
Quando a chuva regasse os campos, o açoite, isto é, a praga não destruiria a safra. Destaca-se o gafanhoto, chamado devorador devido à sua insaciável ganância. No caminho da obediência e como resultado da bênção de Deus sobre eles, todas as nações os chamariam felizes. Tanto Deus como o homem encontrariam alegria e prazer em Israel. Então se cumpririam as promessas de Deuteronômio 33:29, Isaías 62:4 e Zacarias 8:13.
Perceba, amigo ouvinte, o chamado insistente de Deus. “Tornai-vos para mim”. Este é o clamor constante do Senhor a Israel através do Antigo Testamento. Para reconhecer a bênção de Deus em sua vida nacional eles só precisam de voltar-se para Deus por intermédio do Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Precisamos proclamar em alto e bom som, continuamente, o apelo ao povo de Deus dessa época para que se torne para Ele, para que volte ao Senhor!
Por isso quero terminar perguntando para você: como vai sua vida? Como vai seu relacionamento com Deus? Tem estado longe? Um pouco lá, um pouco cá? Tem sido fiel na devolução dos dízimos que pertencem a Senhor? Tem sido generoso com as ofertas voluntárias?
Avalie sua vida e a maneira como tens encarado o cristianismo prático. Não viva uma religião de aparência. Seja fiel e cumpridor daquilo que Deus pede. A promessa é garantida: Deus vai abrir as janelas do céu e derramar bênçãos sem medida.