O livro do Apocalipse é um dos mais belos de toda a Bíblia. Ele apresenta o prêmio que os salvos receberão após passar por todas as dificuldades do desfecho final do grande conflito entre o bem e o mal.
O capítulo quinze começa com a descrição de Deus se levantando e começando o processo de juízos contra aqueles que por toda a vida estiveram contra Ele e Sua Palavra.
Do capítulo quinze até o vinte e dois a atenção do profeta foi dividida. Num momento ele vê o que vai acontecer com os ímpios e, em outro, o que acontecerá com os salvos.
Vamos começar analisando uma das primeiras visões proféticas do que vai acontecer com os salvos. “Vi como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da besta, e da sua imagem e do número de seu nome, que se achavam em pé no mar de vidro, tendo harpas de Deus; e entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro” (Apocalipse 15:2-3).
Perceba que mais uma vez o profeta se refere ao trono de Deus. Ele vê algo muito bonito e a única coisa que veio à sua mente para descrever foi a imagem do mar, mas não o mar que o rodeava na ilha de Patmos, e sim um mar de vidro. “O vidro tinha no passado mais valor que tem hoje. Aqui representa a aparência clara e cristalina da superfície sobre a qual estava o trono” (C.B.A.S.D. vol.7, p. 784).
Nesse lugar semelhante ao mar de vidro, misturado com fogo, João viu um grupo de vencedores, um grupo que venceu a pressão que a besta e a sua imagem impuseram ao mundo. Deus sempre prestigia e dá valor a quem vence. Os vencedores desse poder paralelo estarão bem perto do trono de Deus. “Este é o povo que respondeu de forma positiva as advertências da mensagem de Apocalipse 14, e a aceitou. Eles foram salvos das dificuldades do mundo e do mal, e agora se encontram seguros no reino de Deus. A vitória foi conseguida através do sangue do Cordeiro (Apocalipse 12:11). Permaneceram fiéis a Deus quando se pronunciou a sentença de pena de morte contra eles (Apocalipse 13:15). Agora se acham a salvo sobre o mar de vidro. A vitória é completa; a luta passou. Venceram, triunfaram, e agora entoam o cântico da vitória no Reino Celestial” (C.B.A.S.D. vol.7, p. 850).
A expressão “estar em pé” significa que são vencedores. Só os que vencem é que ficam em pé. Eles estão diante do trono de Deus e ali não se cansam de cantar. E o que cantam? “E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo Poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei das nações!” (Apocalipse 15:3).
Esse cântico é uma repetição do que já foi cantado numa das maiores demonstrações do poder de Deus diante do inimigo do povo de Israel, quando este estava saindo do cativeiro egípcio e viajava em direção à terra prometida. Após a travessia do Mar Vermelho, sendo perseguidos pelos egípcios, Deus manifesta-se de maneira grandiosa destruindo o exército inimigo. Como resultado disso, todos cantam um cântico de vitória.
Esse cântico mostrava o poder de Deus em proteger Seu povo e ao mesmo tempo em destruir Seus inimigos (Êxodo 15:1-21). A primeira vez que foi cantado foi para celebrar a vitória de Deus sobre os egípcios. A segunda será para celebrar a vitória de Deus sobre a tirania da grande Babilônia.
“Com o Cordeiro, sobre o monte Sião, tendo harpas de Deus, estão os 144.000 que foram remidos dentre os outros; e ouve-se, como o som de muitas águas e de grande trovão, uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. E cantavam um cântico novo diante do trono – cântico que ninguém podia aprender senão os cento e quarenta e quatro mil. É o hino de Moisés e do Cordeiro – hino de livramento. Ninguém, a não ser os 144.000, podem aprender daquele canto, pois é o da sua experiência – e nunca ninguém teve experiência semelhante” (O Grande Conflito. 18ª ed. 1975, p. 646).
“Em todos os tempos os escolhidos do Salvador, foram educados e disciplinados na escola da provação. Seguiram na terra por veredas estreitas; foram purificados na fornalha da aflição. Por amor de Jesus suportaram a oposição, o ódio, a calúnia. Acompanharam-nO através de dolorosos conflitos; suportaram a negação própria – e experimentaram amargas decepções. Pela sua própria experiência dolorosa compreenderam a malignidade do pecado, seu poder, sua culpa, suas desgraças; e para ele olham com aversão… Muito amam, por que muito foram perdoados. Havendo participado do sofrimento de Cristo, estão aptos para serem co-participantes de Sua glória” (idem, p. 647).