Água viva

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“Os judeus da Judéia evitavam o território dos samaritanos devido a hostilidade entre ambos, originada por ocasião da reconstrução to templo. Em 400 AC os samaritanos construíram o seu próprio templo, que os judeus queimaram em 128 AC, intensificando o ódio e o preconceito. Para irem a Galiléia preferiam passar pela Peréia, ao lado oriental do Jordão, o que significava um caminho mais longo. Samaria ficava do lado ocidental. Os Galileus, uma raça mais mista, não se deixavam levar por tal escrúpulo” (O Evangelho de João, José Carlos Ramos, p.125).

“Negociar com os samaritanos, em caso de necessidade, era na verdade lícito pelos rabis; qualquer contato com eles era condenado. Um judeu não tomava emprestado nem recebia favores de um samaritano, nem mesmo um pedaço de pão ou um copo de água. Comprando comida, os discípulos estavam agindo em harmonia com o costume de nação” (Desejado de todas as nações, p. 163).

Samaria, que fora a capital de Israel, reino do norte, emprestou seu nome para toda a região em que os samaritanos habitavam.

Para que você entenda ainda mais a rivalidade que existia nos dias de Jesus entre judeus e samaritanos, no “ano 65 ou 66 AD uma norma foi estabelecida que proibia judeus de se utilizarem de utensílios na companhia de samaritanos. Ficou estabelecido também que as filhas da samaritanos eram supostamente menstruadas desde o berço, portanto, imundas todo o tempo.

O rabi Eliezer afirmava: Aquele que come pão dos samaritanos é semelhante ao que come carne de porco. Outros rabinos afirmavam que um samaritano transmitia imundícia por aquilo que usava para dormir, para sentar, para cavalgar, e por sua saliva e urina. E que suas filhas eram imundas desde o berço, tal como os gentios” (O Evangelho de João, José Carlos Ramos, p.127).

Este, portanto, era o ambiente histórico e social que envolvia esses dois povos. Jesus estava no meio desse conflito. Jesus era da Galiléia, e os judeus da Galiléia não tinham tanto preconceito como os da judéia.

Jesus queria passar pelo território da Samaria, por algumas razões:
Primeira. Ele não partilhava deste ódio racial.
Segunda. Ele queria ensinar aos seus discípulos que todos são iguais perante Deus.
Terceira. Ele tinha uma missão que envolvia todos os povos.
Quarta. O que Jesus ensinava é que a verdadeira adoração a Deus não seria somente em Jerusalém ou Samaria.

Era meio dia e o sol estava quente demais para continuar a caminhada. Como era a hora do almoço, Jesus e os discípulos dEle precisavam parar para descansar e também comer alguma coisa. Estavam, porém, em território de samaritanos. Enquanto os discípulos foram comprar comida, apareceu uma mulher para tirar água do poço, onde Jesus ficara.

Para quebrar o preconceito, Jesus conversou com a mulher. Pediu água para beber. A samaritana ficou surpresa com o pedido, pois reconhecera que Jesus era judeu. Depois de alguns momentos de conversação, Jesus faz então a profecia de hoje, dizendo que se ela bebesse da água que Ele tinha para dar, jamais teria sede novamente. A mulher se tornaria numa fonte de água viva.

Jesus não estava falando do líquido que a mulher viera buscar no poço. A água, na Bíblia, sempre esteve ou está associada à vida.

A expressão “água viva”, significa águas correntes, que surgem de uma vertente ou de uma fonte, e, portanto, seriam muito superiores a aquele poço.

O ponto alto daquela conversa foi quando a mulher reconheceu em Jesus o Messias prometido. Ele era a água viva que os sedentos deveriam experimentar. Como está escrito em João 7:37 e 38: “Se alguém tem sede venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a escritura, do seu interior fruirão rios de água viva”.

A mulher, que fora buscar água naquele poço, não precisava mais do líquido que viera buscar. Ela precisava de salvação. Voltou para a cidade e convidou amigos, vizinhos, enfim, a população do lugar, para ouvirem Jesus pessoalmente.

A transformação foi completa. Jesus fez a diferença na vida daqueles samaritanos, não apenas da mulher. Pessoas que eram desprezadas pela liderança religiosa da época foram valorizadas e transformadas pela presença do Salvador.

Amigo ouvinte, Jesus é o único que pode mudar a vida de qualquer pessoa. É preciso primeiro ouvir o que Ele tem a dizer. E a Bíblia é o caminho para isso. É preciso parar, ouvir e aceitar as palavras da vida eterna.

E quando isso acontece o transformado pelo evangelho passa a ser um conduto da água da vida eterna para outros. Como ocorreu com aquela mulher. O cântaro ficara de lado pois havia uma missão mais importante para ser cumprida.

É assim que tem acontecido com você? Já bebeu da água da vida? Tem dividido com outros que ainda não o fizeram?

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