Zacarias foi um dos filhos de judeus que, provavelmente, nasceu no cativeiro babilônico. O pai chamava-se Baraquias e o avô, Ido. O nome Zacarias significa “lembrado de Jeová”.
“Zacarias, começou o seu ministério profético, quando era ainda bem jovem. Isso foi cerca de dezesseis anos depois do retorno dos judeus do cativeiro babilônico, em torno de 520 a 519 A.C. O mais provável, é que o profeta tenha vivido até a terminação da construção do templo, que ocorreu em 515 A.C.” (S.D.A.B.C. vol.4 pg.1107).
A missão de Zacarias era a de animar o povo que estava vivendo um período de grande aflição e incerteza. Eles foram encorajados, através do ministério do profeta, a reconstruírem o templo e a cidade de Jerusalém.
É interessante destacar que as mensagens proféticas de Zacarias foram dadas em forma de parábolas e símbolos, e chegaram num tempo de grande aflição e incerteza. Foram, porém, significativas para os homens que estavam avançando em nome de Deus.
A maior tarefa de Zacarias era levar o povo a agir contra a oposição que os inimigos fizeram visando interromper a reconstrução do templo, na época do falso Smerdis em 522 AC. Zacarias apareceu na hora de maior dificuldade e desalento, para ajudar ao seu idoso colega Ageu, a fim de encorajar o povo com as suas mensagens proféticas.
“As mensagens de Zacarias, mostrando o futuro glorioso, eram condicionais (6:15). Devido a falha dos judeus ao regressarem do cativeiro, em solucionar as condições espirituais as quais são básicas para a prosperidade, as profecias não se cumpriram em seu objetivo original. Contudo, certos fatos se cumprirão na era cristã” (Estudo sobre os Profetas Menores vol.2 pg.160-161).
Creio que já possuímos as informações suficientes para compreendermos a profecia que vamos estudar hoje e nos próximos programas. Vamos, então, a Zacarias 1:3? “Portanto, dize-lhes: assim diz o Senhor dos exércitos: tornai para mim, diz o Senhor dos exércitos, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos exércitos”.
O que Deus queria dizer com esta profecia? O profeta foi cuidadoso em relatar o momento histórico, quando Deus o chamou para uma tarefa específica. Ele foi chamado no oitavo mês do segundo ano do reinado de Dario (Zacarias 1:1).
Para entendermos bem o que Deus estava tentando dizer ao povo através desta profecia, precisamos estudar alguns versos anteriores. No capitulo 1, verso 2, Deus faz um desabafo sobre o que tinha acontecido entre Ele e o povo dEle, da seguinte forma: “o Senhor tem estado em extremo desgosto com vossos pais”.
O profeta coloca diante de seus ouvintes como Jeová se sentiu com as atitudes de seus pais no passado. Eu imagino que a geração, que estava esperando a hora de sair de Babilônia, muitas vezes tinha ouvido os comentários e as explicações sobre o cativeiro. Eles escutaram com seus ouvidos o que os seus pais a avós contaram e viram com os próprios olhos, o que restou. A ingratidão, a idolatria, a iniqüidade e rebelião, fizeram com que o Senhor ficasse extremamente desgostoso com o povo judeu. Por isso ficaram cativos durante tanto tempo fora do país.
Conseqüentemente os filhos dos idólatras e rebeldes, que haviam afrontado a Deus com práticas pecaminosas, sofriam as agruras do cativeiro.
Isso me faz pensar nas conseqüências causadas por pais, hoje em dia, na vida de seus filhos. Quantos que afogam suas mágoas na bebida, no crime, na violência, no sexo irresponsável, dirigindo perigosamente no trânsito, enfim, colocando em risco a vida de inocentes que nada tem a ver com as frustrações de terceiros. Decisões erradas que afetam ou afetarão diretamente familiares e amigos.
Era mais ou menos isso que acontecia na época de Zacarias. Os velhos haviam morrido e a nova geração pagava agora alto preço pela desobediência dos progenitores. Imagine qual era a imagem que tinham de Deus. Talvez medo. Talvez dúvida ou, provavelmente, revolta.
É justamente nesse contexto que a profecia é feita. Uma profecia de esperança. Apontando que Deus sempre está pronto para investir no ser humano. Pronto para recomeçar. Pronto para perdoar. Pronto para esquecer. Com braços abertos esperando o retorno dos filhos distantes.
Perceba que o texto profético diz que se o povo tornasse para Deus, Ele estaria pronto a voltar-se para eles. Tornai para mim, é o que diz a profecia. Um chamado ao arrependimento. Assim, como hoje, Deus continua chamando o ser humano de volta ao lar. Muitos preferem pedir a Deus proteção, saúde, trabalho, inteligência, porém não desejam oferecer o principal e primeiro lugar da mente e do coração para Jesus. Até aceitam a Jesus como Salvador. Não O querem, infelizmente, como Senhor da vida.
Sabe, é comum, hoje em dia, o desinteresse pelas coisas sagradas. A comodidade, os afazeres, a busca pela riqueza, pelo poder, pela satisfação própria, tem preenchido o espaço da religião viva e prática na vida do homem pós-moderno. Vive-se a vida de forma desenfreada, alucinada. Deus, quando é lembrado, só nos momentos de dor ou profunda preocupação.
Deus, porém, amigo ouvinte, continua insistindo, perguntando, convidando, chamando, apelando: “volte-se para mim. Quero fazer de você e de sua vida, uma nova história. Ofereço a você vida em abundância. Vitória e vida eterna no final.”