Em qual contexto Jesus declarou isto? Vamos começar pelo que acontecera no dia anterior. Jesus estivera com uma grande multidão. Havia atravessado o mar da Galiléia e fora seguido por um grande grupo de pessoas.
A situação ficou dramática pois depois de algum tempo todos estavam com fome e não havia onde comprar alimento para tanta gente. Jesus, preocupado com a situação, pediu a Filipe que desse um jeito. Ele, porém, argumentou que nem 200 denários seriam suficientes para comprar tanto pão ou comida para o povo (João 6:7). Filipe estava dizendo que o salário de 200 dias de trabalho eram insuficientes. Ou seja, um problema insolúvel aos olhos humanos.
Naquela situação um tanto dramática, encontraram um garotinho com um lanche. Cinco pãezinhos e dois peixinhos. Ou seja, não faria nenhuma diferença para mais de cinco mil homens.
Jesus, porém, faz o milagre toda aquela grande multidão é alimentada (João 6:11).
Depois disso, naquela tarde, os discípulos atravessaram o mar da Galiléia em direção a Cafarnaum. Enfrentavam uma terrível tempestade quando Jesus, na hora mais escura, apareceu andando sobre o mar. Depois de subir ao barco, acalmou o temporal.
No dia seguinte, aquela mesma multidão procura novamente a Jesus. O Mestre percebe qual é o interesse que os motivava e, então, faz um discurso mais forte, buscando levá-los a refletirem naquilo que realmente importava.
Primeiro, faz uma dura crítica à motivação que os havia trazido para aquele lugar. “Em verdade em verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes pão e vos fartastes” (João 6:26).
Hoje em dia não é diferente. Há muita gente por aí, que se diz religiosa, querendo tirar proveito de toda e qualquer situação. Como naquela época, não estão interessadas na salvação e na simplicidade do evangelho. Tem outros objetivos, segundas intenções.
Como no tempo de Jesus, multidões correm em busca de um pedaço de pão. Ou de uma solução para algum tipo de problema circunstancial ou passageiro. Querem ganhar, ganhar. Apenas ganhar alguma coisa.
Deus conhece o coração, lê os nossos pensamentos, sabe o que vai no íntimo da mente. Não há jeito de enganá-Lo.
E qual foi a reação de muitos que ouviram esta declaração de Jesus? “As palavras de Cristo que identificavam a sua carne com o pão que desceu do céu provocou um verdadeiro escândalo entre o judeus. Quando Cristo disse que Ele era o pão que havia descido do céu, o judeus começaram a murmurar porque julgavam conhecer a Cristo muito bem. Ao identificar Sua carne com o pão vivo, a reação foi mais violenta” (Comentário do Evangelho de João- Mário Veloso- pg. 168).
O que Jesus queria dizer com esta declaração?
Este discurso de Jesus foi pronunciado próximo a festa da páscoa do ano 30 de nossa era. O sacrifício do cordeiro pascal comemorava a noite em que o povo de Israel fora libertado do Egito, e todos os israelitas deviam comer a sua carne. Jesus com toda a certeza está usando este exemplo para dizer que o verdadeiro cordeiro pascal estava diante deles.
O único que podia libertá-los da escravidão do pecado era Ele. Se comessem a Sua carne, a semelhança do cordeiro pascal que foi comido na noite que antecedeu a saída do Egito, a liberdade que tanto sonhavam, seria definitivamente experimentada.
Deus estava oferecendo um novo pão para a multidão. Porém, esta, agora, o rejeita. O povo quer discutir a origem, a validade, a loucura da proposta.
No discurso de Jesus, quem comesse desse pão, teria a vida eterna (João 6:51).
Para que esse pão, que é oferecido por Jesus, produza algum efeito na vida de uma pessoa, precisa ser experimentado, comido. Como fizera a multidão no dia anterior. Pena que só queriam o pão físico. Era mais fácil, mais cômodo, mais simples. Nenhum comprometimento.
Jesus estava oferecendo – e continua fazendo isso hoje – a vida eterna para seus ouvintes. Eles não quiseram. Como muitos ainda não querem, hoje.
Amigo ouvinte, qual será sua atitude ou resposta diante do oferecimento de Jesus? Comerá do pão da vida para viver eternamente?
Oro, no meu coração, para que sua resposta seja sim e você viva completamente o plano de salvação estabelecido pelo céu.