Uma das histórias mais espetaculares de toda a Bíblia e que chama a atenção de cristãos e não cristãos é a narrativa das 10 pragas derramadas pelo Senhor sobre o Egito, e a maneira incrível que o Êxodo aconteceu.
Uma das histórias mais espetaculares de toda a Bíblia e que chama a atenção de cristãos e não cristãos é a narrativa das 10 pragas derramadas pelo Senhor sobre o Egito, e a maneira incrível que o Êxodo aconteceu.
Essas terríveis pragas tinham por objetivo conduzir Faraó ao arrependimento e revelar que Yahweh é o único verdadeiro Deus, o Rei soberano no universo. O termo Faraó era o título dado ao rei do Egito, e ele se autointitulava “filho de Rá”, como um deus. Além do deus falso Rá, os egípcios criam em um panteão de outros deuses que eram tidos como os responsáveis pela vida, fertilidade, imortalidade, etc. Sendo que os israelitas foram reduzidos à escravidão por muitos anos, os egípcios, por meio do seu contato com eles, tiveram uma oportunidade de conhecer sobre o verdadeiro Deus. As orações dos israelitas, que clamavam por libertação da opressão, haviam ascendido aos céus e Yahweh os ouviu. Moisés e Arão eram irmãos e foram enviados por Deus para anunciar os juízos iminentes que cairiam sobre o Egito caso Faraó e seus oficiais não permitissem que os hebreus saíssem para adorar o Senhor no deserto.
Um dos objetivos das 10 pragas era revelar a grandeza, o poder e a soberania de Yahweh como único e verdadeiro Deus em contraste com as falsas deidades egípcias. Faraó devia reconhecer e confessar que o Deus dos hebreus era supremo e que o Seu poder estava acima do rei do Egito e da nação que ele governava (Êxodo 9:16; 1 Samuel 4:8). As pragas foram juízos contra os egípcios, seus deuses e sua falsa religião (Êxodo 12:12). Como foi que isso aconteceu? Por que águas se transformaram em sangue? Por que pragas como infestações de rãs, piolhos e moscas aconteceram? Por que houve pestes no rebanho, feridas malignas nos egípcios, chuva de pedras, infestação de gafanhotos, escuridão e morte dos primogênitos? Existe algum significado para tudo isso?
1) Água em sangue (Êxodo 7:14-24)
Cada uma das dez pragas foi dolorosamente literal e dirigida contra algum aspecto da falsa religião. A primeira praga – a transformação do Nilo e de todas as águas do Egito em sangue – foi uma ofensa ao deus Nilo (personificação de Hápi), que se acreditava ser o deus da fertilidade. Tal praga resultou na morte de peixes e foi, portanto, um duro golpe contra a religião egípcia que venerava algumas espécies de peixes (Êxodo 7:19-21).
2) Rãs (Êxodo 8:2-14)
As rãs eram animais sagrados para os egípcios e um de seus ídolos, a deusa Heqet, tinha cabeça de rã. Eles supunham que ela possuía poder criador. Embora o principal propósito dessa praga fosse punir os opressores de Israel, também atrairia desprezo por seus muitos deuses pagãos. A grande multiplicação de rãs fez com que a deusa Heqet parecesse maligna. Ela atormentou o povo que lhe era tão devoto. As superstições dos egípcios os obrigaram a respeitar as criaturas que a praga lhes fez odiar, e que, se não fossem deidades, teriam destruído (Êxodo 8:2-14).
3) Piolhos (Êxodo 8:16-19)
Na terceira praga Arão estendeu a mão com o seu bordão e feriu o pó da terra que se tornou em piolhos que infestaram nos homens e no gado e por toda a terra do Egito. Os magos egípcios tentaram reproduzir tal feito, mas reconheceram a sua impotência e disseram: “Isto é dedo de Deus” (Êxodo 8:19). Atribuía-se ao deus Tot a criação do conhecimento, da sabedoria, da arte e da magia, mas nem mesmo essa divindade pôde ajudar os magos a imitar a terceira praga. Este foi mais um golpe contra a falsa religião do Egito.
4) Moscas (Êxodo 8:20-32)
Novamente foi dada a chance para que faraó reconhecesse o Deus verdadeiro e se arrependesse, deixando os hebreus partirem para servirem o Senhor. A quarta praga consistia em enxames de moscas que infestariam todo o Egito. Um novo elemento é introduzido a partir dessa praga – a distinção entre os Egípcios e os adoradores do verdadeiro Deus (Êxodo 8:22). Enquanto as casas dos egípcios eram infestadas pelos enxames de moscas, os israelitas na terra de Gósen não foram atingidos (Êxodo 8:23, 24). Mais uma vez a falsa religião egípcia é derrotada. A separação entre israelitas e egípcios constituía uma evidência adicional do caráter miraculoso dos juízos divinos, planejados de modo a impressionar as pessoas de que Deus não era uma deidade local ou mesmo nacional, mas que possuía um poder que se estendia a todos os povos. Os egípcios, que estudavam o curso dos eventos durante essas semanas ou meses fatídicos, devem ter reconhecido a autoridade suprema do Deus de Israel sobre o Egito, bem como sobre os próprios hebreus.
5) Peste sobre bois e vacas (Êxodo 9:1-7)
Foi anunciado com antecipação o dia em que o juízo divino cairia sobre o rebanho egípcio, em forma de pestilência sobre os animais. Novamente há uma linha de separação entre os hebreus e os egípcios. Do rebanho de Israel nenhum animal foi atingido, enquanto que todo o rebanho dos egípcios morreu (Êxodo 9:6, 7). Esta praga certamente atingiu a crença em divindades muito populares no Egito Antigo: Ápis (deus sagrado de Mênfis, da fertilidade dos rebanhos); Hator (deusa-vaca, deusa celestial); Nut (algumas vezes representada como uma vaca). (Êxodo 9:1-7).
6) Feridas sobre os egípcios (Êxodo 9:8-12)
Até aqui os magos egípcios estiveram presentes quando os milagres foram realizados. Embora tivessem reproduzido algumas falsas imitações utilizando as ciências ocultas, nesta ocasião a praga caiu sobre eles com tamanha severidade que não podiam continuar com o rei. Em vez disso, fugiram para as suas casas em busca de proteção e tratamento. Novamente houve clara distinção entre os egípcios e os hebreus. Nenhum poder mágico ou sobrenatural pôde protegê-los.
7) Chuva de pedras (Êxodo 9:13-35)
Foi fixado o tempo para o começo da sétima praga (chuva de pedras). Ela deveria cair sobre o Egito no dia seguinte, caso o Faraó não se arrependesse e não deixasse os hebreus sair. Esse período de tempo determinado testificaria ao rei que Yahweh é o único Senhor – o Criador da Terra e dos céus – e que toda a natureza animada e inanimada estão sujeitas ao Seu poder. Esses elementos, considerados pelos egípcios como seus deuses, longe de serem capazes de ajudá-los, estavam sob o controle do Deus de Israel, e Ele os usaria como instrumentos para punir aqueles que os adoravam. Como Deus se aborrece com a idolatria! Mesmo em meio ao castigo Deus mostrou misericórdia, advertindo os egípcios de seu destino iminente e avisando-lhes que protegessem a si mesmos e suas propriedades. Se o faraó e seus servos tivessem aceitado o aviso dado de maneira tão misericordiosa, a vida de homens e de animais teria sido poupada. Mas o aviso não foi considerado e houve grandes perdas. O verso 20 insinua que alguns egípcios haviam aprendido a temer a Deus. Talvez ainda não O conhecessem como o único Deus verdadeiro, mas apenas como alguém a quem convinha respeitar. A forte saraivada envergonhou os deuses considerados como tendo controle sobre os elementos naturais; por exemplo, Íris – deus da água e Osíris – deus de fogo.
8) Gafanhotos (Êxodo 10:1-20)
A praga dos gafanhotos destruiu toda a vegetação que havia sobrado da devastadora chuva de pedras e demonstrou que Yahweh tinha controle absoluto sobre todos os elementos da natureza. O juízo divino era mais uma demonstração de que a crença egípcia em deuses que eles supunham garantir abundante colheita, eram falsos. Deus encheu o ar e a terra de gafanhotos e os deuses egípcios Xu (deus do ar) e Sebeque (deus-inseto) não puderam fazer nada para impedir (Êxodo 10:12-15).
9) Escuridão total (Êxodo 10:21-23)
O Egito ficou em trevas tão densas que não era possível enxergar as pessoas e essa escuridão se estendeu por 3 dias. Mas na casa dos hebreus havia luz (Êxodo 10:23). Como as pragas anteriores, esta desferiu um forte golpe nos deuses egípcios. Por séculos o deus-sol tinha sido a principal divindade no Egito, e todo rei chamava a si mesmo de “filho de Rá”. Na época de Moisés esse deus era identificado com Amon e tinha o nome de Amon-Rá. Os maiores templos que o mundo já viu foram construídos em sua honra, e um deles, o grande templo em Karnak, no alto Egito, é ainda magnificente, mesmo em ruínas. Outro deus era o disco sol Aton, que poucas décadas depois do Êxodo tornou-se o deus supremo do sistema religioso egípcio. Por ocasião da nona praga, a completa impotência desses deuses estava demonstrada claramente aos seus adoradores.
10) Morte de todos os primogênitos (Êxodo 11-12)
Este golpe cairia sobre os primogênitos dos homens e dos animais. Deus não desejava exterminar os egípcios e seu gado, mas apenas convencê-los de que a oposição ao Seu propósito para Israel não seria mais tolerada. A morte dos primogênitos causou o maior vexame para a religião do Egito. “Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR” (Êxodo 12:12). Os governantes do Egito chamavam a si mesmos de “filhos de Rá”, e se autoproclamavam divinos. A morte dos primogênitos foi uma grande humilhação. Certamente pressionado pela demanda popular, faraó enviou seus principais oficiais, ainda enquanto era noite, para chamar os odiados líderes hebreus, aos quais havia dito nunca mais vê-los (Êxodo 12:31). A rendição de faraó foi completa. Ele não apenas ordenou que deixassem o país e levassem tudo o que possuíam, como também pediu algo que os dois irmãos não poderiam imaginar: “Levai também convosco vossas ovelhas e vosso gado, como tendes dito; ide-vos embora e abençoai-me também a mim” (Êxodo 12:32).
Se as palavras de Moisés e Arão tinham trazido maldição, faraó deve ter suposto que elas também poderiam trazer bênção. Não se sabe como seu pedido foi recebido, mas o fato de ter sido feito é um forte indício de quão subjugado estava o seu orgulho.
O Êxodo foi a libertação da escravidão do povo hebreu do domínio egípcio. Esse evento é uma prefiguração que aponta para uma libertação muito maior realizada por Jesus Cristo – a libertação do pecado. Da mesma maneira como Deus conduziu Seu povo no passado, “com mão forte”, Ele também deseja nos conduzir à Canaã celestial. Por isso devemos caminhar humildemente com Deus, hoje, e todos os dias, e quando Cristo voltar, estaremos com Ele por toda a eternidade!