O peito de prata

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É bom lembrar que o sonho da estátua foi dado ao rei Nabucodonosor, do império babilônico. Daniel, por revelação divina, deu a interpretação. A cabeça era de ouro, o peito de prata, o ventre e as coxas eram de cobre, as pernas de ferro, e os pés uma mistura de barro e ferro. Depois, uma pedra vinda do céu atingiu os pés da estátua destruindo-a completamente. No programa anterior vimos que a parte de ouro representava Babilônia.

Eu posso imaginar a curiosidade do rei querendo saber o que significava o peito de prata da estátua. A resposta foi clara e objetiva: “Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu” (Daniel 2:39).

Babilônia era humanamente invencível. Não havia país ou poder no mundo de então que pudesse derrubar a capital dos caldeus.

Porém, uma nação inferior estava se projetando com força no cenário mundial. Ciro II é considerado pelos historiadores como o fundador do Império Persa. Nasceu provavelmente no ano 600 AC. Aos poucos foi se fortalecendo como um novo líder no cenário mundial. “Derrotou os Medos e os subjugou em 549 AC”. Além de um líder ágil em suas conquistas, Ciro valorizava o ser humano e os povos conquistados. A grande prova de humanidade de Ciro foi dada quando Babilônia caiu. Dario, o Medo, é que ficou governando em lugar do verdadeiro conquistador, Ciro.

Babilônia, sem dúvida, era o projeto mais desafiador de Ciro. Ali estava o sonho de todo o monarca conquistador. No ano 539 AC, Ciro cercou a capital dos caldeus. “Heródoto escreveu que Ciro fez secar o Palacopas, um canal que atravessava a cidade de Babilônia, levando as águas supérfluas do Eufrates para o lago de Nitócris, a fim de desviar o rio para ali. Assim, o rio baixou de nível, e os soldados puderam entrar na cidade através do leito quase seco”. Nessa ocasião o rei de Babilônia era o fraco e soberbo neto de Nabucodonosor, Belsazar. Ele simplesmente ignorou os exércitos inimigos que estavam acampados fora da cidade.

Belsazar, ao invés de estar preparando uma ação forte contra o inimigo, fez uma grande festa. Com essa festa queria dizer aos moradores da Babilônia que ficassem tranqüilos, “porque aqueles arruaceiros que estão do outro lado dos muros nada podem fazer contra nós. Os nossos muros nos protegerão.” Belsazar confiou apenas no que os seus antepassados haviam feito. Não se preocupou em fazer nada em seus dias. Dessa forma, muitas vezes, acontece com a nossa experiência cristã. Há muitos cristãos que vivem o presente só falando de seu passado. “No passado eu lia a Bíblia todos os dias. Eu já li a Bíblia 20 vezes de capa a capa.” Mas e hoje? “É… hoje eu não estou lendo mais. Sinto sono quando a leio.”

Amigo ouvinte, a sua experiência religiosa passada não o isentará de uma vivência forte com Jesus e a Palavra dEle agora. O ter sido um bom cristão tem pouco ou quase nenhum valor para alguém que abandonou a Cristo e a Bíblia Sagrada. Uma vez salvo, salvo para sempre, não funcionou com os habitantes de Babilônia. Os muros protegeram até um determinado momento, mas não para sempre. Por isso, diante de qualquer sinal de perigo, reaja, grite, clame, mas nunca subestime o inimigo. Não vá fazer festa quando precisa estar lutando. Reconheça que tem problema e lute contra ele, que certamente você irá vencer com o poder de Jesus.

Belsazar, na noite da festa, depois de muito vinho, ordenou que os vasos consagrados a Jeová – que seu avô tinha transportado de Jerusalém para Babilônia -, fossem introduzidos na festa para que ele o grande rei bebesse nos mesmos (Daniel 5:2-4). Enquanto bebiam, duas coisas importantes aconteciam. Ciro e seus soldados entravam sem a menor resistência em Babilônia. Creio que todos lembram do detalhe do desvio das águas do Eufrates. Os portões de bronze do rio não foram fechados. Parece que os guardas também foram aproveitar a festa. E, enquanto Ciro marchava em direção ao palácio, lá no salão nobre, os festejos foram interrompidos. Uma escrita indecifrável aparecia na parede. Ninguém sabia o que significava, nem os sábios do rei. Daniel foi chamado às pressas e interpretou: “Contou Deus o teu reino, e o acabou. Pesado foste na balança, e achado em falta. Dividido foi o teu reino, e dado aos Medos e P-ersas” (Daniel 5:26-28). “A cidade estava cheia de soldados inimigos, e os gritos triunfantes podiam ser ouvidos sobre o desesperado clamor dos foliões atônitos”. Na mesma noite Belsazar foi morto e um novo monarca ocupou o trono. No ano 539 AC Babilônia caiu, mesmo com toda a proteção dos seus muros.

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