O Juízo Final

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Vários textos bíblicos indicam que antes de Cristo vir a este mundo, pela segunda vez, haverá um juízo. O profeta Daniel menciona em uma de suas visões a presença de um tribunal com livros sendo abertos.

O ensino uniforme em toda a Escritura é de que o homem será julgado de acordo com aquilo que tiver feito (Jeremias 17:10; 2 Coríntios 5:10; Apocalipse 2:23; 20:12; 22:12; Romanos 2:6). Todos serão recompensados ou condenados de acordo com as decisões e atitudes de sua vida (Eclesiastes 12:14; Mateus 16:27). Isto não quer dizer que a salvação será pelas obras. A salvação somente ocorre pela fé em Cristo como nosso Salvador pessoal. Mas o que ocorre é que as obras de uma pessoa seguem a sua fé. Se a pessoa tem fé em Cristo, suas obras demonstram isso. Se uma pessoa não tem fé em Cristo, sua vida e obras evidenciam de que lado a pessoa escolheu estar no grande conflito entre e bem e o mal.

Vários textos bíblicos indicam que antes de Cristo vir a este mundo, pela segunda vez, haverá um juízo. O profeta Daniel menciona em uma de suas visões a presença de um tribunal com livros sendo abertos (Daniel 7:9, 10). Logicamente, todo julgamento envolve o que está nos relatos processuais. Por isso, a Palavra de Deus menciona a existência de vários livros usados pelo tribunal divino no Céu.

(1) As Escrituras Sagradas – norma do juízo;

(2) O livro da vida (Apocalipse 20:12);

(3) O livro de registro dos pecados dos homens (Apocalipse 20:12);

(4) O livro de memórias das boas obras do santos e, talvez, o livro da morte que registra os pecados dos impenitentes (Daniel 7:10; Malaquias 3:16; Neemias 13:14; 65: 6 e 7).

Esses livros são usados por Deus para que o Universo saiba que Ele é justo ao condenar os ímpios e salvar aqueles que escolheram o plano divino através da morte substitutiva de Cristo. Após a abertura dos livros, o profeta Daniel nos apresenta a cena do juízo. Primeiro há o julgamento e depois a coroação de Cristo e a implantação do reino eterno (Daniel 7:13 e 14). Pedro nos diz que o julgamento do povo de Deus precede ao julgamento dos ímpios (1 Pedro 4:17).

E então virá o decreto de Apocalipse 22:11: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.”  Esse decreto virá no fim do juízo pré-advento, exatamente antes que Cristo venha pela segunda vez. Não haverá segundo tempo de graça. O julgamento divino é efetuado em três passos sucessivos:

a) O juízo pré-advento – justifica o caráter de Deus diante dos seres celestiais. É realizado antes que Cristo retorne à esta Terra. Antes de Cristo vir a este mundo, pela segunda vez, para levar os que O aceitaram como Salvador pessoal e viveram uma vida de entrega a Ele, nos tribunais celestes será analisado quem Cristo irá levar para o Céu. A grande preocupação dos seres celestiais é o Céu não ser colocado em perigo por algum suposto cristão que não teve a vida totalmente transformada.

Nesse julgamento, serão descartados os pretensos seguidores de Cristo, aqueles que têm o nome de cristãos, mas não O seguem de verdade. Os cristãos nominais serão julgados e condenados antes que Cristo venha para dar o galardão aos Seus filhos. Cristo, obviamente, não irá levá-los para o Céu.

b) O juízo de confirmação– justifica o caráter de Deus diante dos remidos. É realizado pelos santos durante o milênio. Quando chegarmos ao Céu, certamente vamos nos surpreender por não encontrarmos lá algumas pessoas que imaginávamos que lá estariam. Para benefício dos salvos, Cristo abrirá todos os registros do Céu para que possamos confirmar a justiça de Deus em ter concedido a salvação a alguns e em não ter levado outros para o Céu. Esse juízo ocorre entre a segunda e a terceira vinda de Cristo a este mundo no período conhecido como milênio.

O livro do Apocalipse (20:4) nos fala sobre os santos julgando durante os mil anos (milênio). Paulo declara que “o mundo” e os “anjos” serão julgados pelos santos (1 Coríntios 6:2 e 3; Judas 6). Essa será a principal obra dos santos durante o milênio – “reinarão e serão sacerdotes com Cristo durante 1000 anos” (Apocalipse 20: 4 e 6). Por ocasião da segunda vinda de Cristo, eles serão levados ao Céu e, ali, farão o julgamento.

c) O juízo executivo final – justifica o caráter de Deus diante de todos os seres criados, bons e maus. É a proclamação da sentença condenatória contra os ímpios e sua destruição. Quando todas as dúvidas tiverem sido esclarecidas, no final do milênio, Jesus voltará novamente à Terra para ser reconhecido como justo por Satanás, seus anjos e todos os perdidos. Aqui se realizará o que está predito tanto no Antigo como no Novo Testamento:

Isaías 45:23– “Por mim mesmo tenho jurado, já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás; que diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua.”

Romanos 14:11 – “Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, e toda a língua confessará a Deus.”

É importante notarmos que todo joelho se dobrará a Deus não numa obediência forçada, mas num tributo de sincero reconhecimento de que Deus foi amoroso e justo em todo o seu trato com os pecadores. A razão pela qual essas pessoas não podem receber a imortalidade é porque rejeitaram a graça de Cristo e se apegaram ao pecado de tal forma que o pecado passou a ser, para elas, uma segunda natureza. Não podem fazer parte do Céu porque colocariam em risco a existência pacífica de todos os seres do Universo.

Aquele que tem a Cristo como seu Salvador pessoal não precisa temer o juízo de Deus em nenhuma de suas fases. João 5:24 nos revela que aquele que ouve e pratica a Palavra de Jesus não entra em juízo, mas passa da morte para a vida, isto é, somente serão condenados aqueles que não fizeram uma entrega completa da vida a Deus. No final do milênio, todos os seres humanos estarão reunidos diante de Deus. Os salvos (que não serão mais julgados nesta ocasião) receberão a confirmação de sua salvação. Os ímpios estarão em pé diante dEle para receber a sentença final – o juízo executivo final. Fogo descerá do céu e destruirá, para todo sempre, todo e qualquer vestígio de maldade (Apocalipse 20:7-9). A Bíblia nos diz que o mal não se levantará pela segunda vez (Naum 1:9).

Malaquias 4:1 e 3 – “Porque eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo. E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que estou preparando, diz o SENHOR dos Exércitos” Enquanto a Terra está envolta nos fogos da destruição1, os justos habitam em segurança na Santa Cidade. Sobre os que tiveram parte na primeira ressurreição, a segunda morte não tem poder. Ao mesmo tempo em que Deus é, para os ímpios, um fogo consumidor, é, para o Seu povo, tanto Sol como Escudo (Apocalipse 20:6; Salmo 84:11).

“Vi um novo céu, e uma nova Terra. Porque já o primeiro céu e a primeira Terra passaram” (Apocalipse 21:1). O fogo que consome os ímpios purifica a Terra. Todo vestígio de maldição é removido. Nenhum inferno a arder eternamente conservará perante os resgatados as terríveis consequências do pecado. Apenas uma lembrança permanece: nosso Redentor sempre levará os sinais de Sua crucifixão. Em Sua fronte ferida, em Seu lado, em Suas mãos e pés estão os únicos vestígios da obra cruel que o pecado efetuou. Diz o profeta, contemplando Cristo em Sua glória: “Raios brilhantes saíam da Sua mão, e ali estava o esconderijo da Sua força” (Habacuque 3:4).

Suas mãos, Seu lado ferido donde fluiu a corrente carmesim, que reconciliou o homem com Deus – ali está a glória do Salvador, ali está “o esconderijo da Sua força”. “Poderoso para salvar”, mediante o sacrifício da redenção, foi Ele, portanto, forte para executar justiça sobre aqueles que desprezaram a misericórdia de Deus. E os sinais da Sua humilhação são a Sua mais elevada honra; através das eras intérminas, os ferimentos do Calvário Lhe proclamarão o louvor e declararão o poder. Na terra renovada não mais haverá lágrimas, cortejos fúnebres, manifestações de pesar.  “Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor,  porque já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4). “E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da sua iniqüidade” (Isaías 33:24).

Ali está a nova Jerusalém, a metrópole da nova Terra glorificada, como “uma coroa de glória na mão do Senhor e um diadema real na mão de teu Deus” (Isaías 62:3). “Sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como cristal resplandecente.” “As nações andarão à sua luz; e os reis da Terra trarão para ela a sua glória e honra” (Apocalipse 21:11 e 24). Diz o Senhor: “Folgarei em Jerusalém, e exultarei no Meu povo” (Isaías 65:19). “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Apocalipse 21:3).

“E ouvi a toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” (Apocalipse 5:13). O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor.

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