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O Espírito Santo vai se retirar da terra, ou só dos ímpios?

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O Espírito Santo e o Tempo do Fim. Como vai ser viver sem um intercessor?

Denis Versiani

“Continue o injusto a praticar injustiça; continue o imundo na imundícia; continue o justo a praticar justiça; e continue o santo a santificar-se” (Apocalipse 22:11).

Eu conheci a história de uma agência de banco que funcionava dentro de um campus universitário. Se eu não me engano, essa agência havia sido roubada quatro vezes. De trágica, a situação estava chegando a um ponto de se tornar cômica. Eu ouvi dizer que, na última vez, os gerentes foram avisados que eles seriam assaltados naquela semana. O óbvio a se fazer era contactar a polícia, ou solicitar reforço da equipe de segurança contratada para defender a agência. Mas nada que fosse eficaz foi feito; e aquela agência foi assaltada mais uma vez. Em vez de revisar seus procedimentos de segurança, o banco resolveu fechar aquela agência para evitar mais prejuízos.

“Entendam isso: se o dono da casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Assim, vocês também precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam” (Mateus 24:43, 44). Antes de voltar ao Céu para nos preparar um lugar, Jesus deixou claro que, ainda que a data não tenha sido revelada, sinais na sociedade e na natureza anunciariam que Jesus está voltando (veja Mateus 24, 25). Para que os seus filhos estivessem preparados, Jesus garantiu que não estaríamos sozinhos.

“Quando o Consolador vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado porque os homens não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; e do juízo, porque o príncipe desse mundo já está condenado” (João 16:8-11). “Mas, quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si esmo; falará apenas o que ouvir, e anunciará a vocês o que está por vir” (João 16:13).

O ministério do Espírito Santo, simbolizado pelo candelabro de sete lâmpadas no lugar santo está intimamente relacionado ao ministério de Jesus Cristo como Sumo Sacerdote do Santuário Celestial. Desde sua entronização no céu, Jesus desempenha a função sacerdotal de intercessor entre o homem pecador e o Santo Deus. Por meio dos méritos do seu sangue, derramado em um único e suficiente sacrifício, Jesus concede perdão e propicia justiça a todo coração arrependido (Hebreus 9:11, 12; 1 João 1:9; 2:1, 2). Ao ser entronizado, Jesus enviou para nós o Espírito Santo, que atua na mente e no coração do pecador, levando-o a compreender as escrituras, a desenvolver fé na graça salvadora e a participar de um processo diário de conversão. Por meio do Espírito, o ser humano tem acesso direto ao trono da graça, adquirido por meio dos méritos de Cristo. Ou seja, o Espírito Santo atua ativamente na obra da santificação, em que o caráter do homem gradualmente se molda à imagem do caráter de Deus.

Ao convencer o mundo do pecado, o Espírito faz o pecador ter consciência de que sua natureza é naturalmente pecaminosa e incurável por meio de esforços humanos (Isaías 64:6; Jeremias 17:9, 10; Mateus 15:19). É permitindo a atuação do Espírito Santo que o homem se convence da justiça; ou seja, vendo que a sua natureza é essencialmente má, o homem é conduzido ao arrependimento e confissão dos pecados, recebendo a justiça imputada de Cristo por meio da oração da fé (Marcos 9:24). Ao convencer o ser humano do juízo, o Espírito Santo coloca no coração do homem o senso do que é certo e errado, e a consciência de que suas ações, boas e más, até as que estão escondidas, não passarão sem ser notadas (Eclesiastes 12:13, 14).

Expiação significa purificação, conciliação. Quando o dia antitípico da expiação anunciado em Daniel 8:14 começou no Santuário Celestial, Jesus, nosso Sumo Sacerdote, iniciou uma nova fase em seu ministério, a fase judicial. Além de nosso advogado e intercessor perante Deus, Jesus se tornou juiz diante de Deus, investigando todas as ações e motivações de cada coração desde Adão. Essa é a fase mais solene da história da Terra. Jesus, que assumiu na cruz a responsabilidade pelos pecados dos homens, começou a dar cabo do pecado, separando o joio do trigo, o justo do injusto. O juízo investigativo é o processo jurídico em que Jesus atribui ao culpado a condenação pelos seus pecados. O que se arrependeu e confessou confiante nos méritos da cruz, Jesus declara inocente, e transfere a culpa dos seus pecados a Satanás e seus anjos, os causadores da terrível condição pecaminosa da Terra. Esse processo possibilita a purificação do Santuário Celestial e do Universo da realidade do pecado (Hebreus 9:23, 24). Para saber mais sobre o dia da expiação, leia o artigo: “Expiação – Uma Santa Convocação para Você”.

Outra função de Jesus como Sumo Sacerdote na expiação é a de vindicar os santos, ou seja, requisitar como sua propriedade exclusiva aqueles que, ao longo da história guardaram “os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Apocalipse 14:12). Paulo diz que “os santos hão de julgar o mundo” (1 Coríntios 6:12). Estes são os que ouviram a voz do Espírito e não endureceram o seu coração. Os “santos do Altíssimo” sempre foram perseguidos pelos agentes de Satanás (Daniel 7:21, 25), e essa perseguição se intensificará ao se aproximar o tempo do fim. Mas eles permaneceram e permanecerão fiéis, não importando as angústias que terão que passar.

Enquanto o juízo está sendo realizado no céu, o Espírito Santo guia a sua igreja que prega as três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12.

Ao finalizar o seu julgamento no céu, a pregação da mensagem do terceiro anjo também vai terminar. Até lá, o poder do Espírito vai continuar sobre o seu povo, como no pentecostes, e sinais na Terra e no céu continuarão a ser vistos com mais intensidade por todos os olhos (Atos 2:1-4; Joel 2:28-31; Mateus 24:12, 14, 29). O Espírito ainda continua refreando a força do mal perpetrado por Satanás sobre as nações (Apocalipse 7:1-3) até que todos os santos sejam selados no juízo, separados por Cristo por crerem no Filho Unigênito e no amor de Deus (João 3:16).

Com o fim do julgamento, o período de graça vai se encerrar e o mal não mais será refreado no coração do homem. A porta da graça, que dá o acesso irrestrito ao trono da graça vai se fechar (Hebreus 4:16). “Depois disso olhei e vi que se abriu nos céus o santuário, o tabernáculo da aliança. Saíram do santuário os sete anjos com as sete pragas… E um dos quatro seres viventes deu aos sete anjos sete taças de ouro cheias da ira de Deus, que vive para todo o sempre. O santuário ficou cheio da fumaça da glória de Deus e do seu poder, e ninguém podia entrar no santuário enquanto não se completassem as sete pragas dos sete anjos” (Apocalipse 15:5-8). Ou seja, o acesso ao santuário vai chegar ao seu final.

É nessa hora que o Espírito vai se retirar do coração de todo homem que recusou a redenção provida no Calvário, e se posicionou, por consciência ou por comodismo, ao lado da besta, e recebeu a sua marca. Assim foi logo antes do dilúvio, quando Deus disse a Noé: “Por causa da perversidade do homem, meu Espírito não contenderá com ele para sempre” (Gênesis 6:3). Após o fechamento da porta da graça, o Espírito não contenderá mais com o homem, para que ele se arrependa e busque o Senhor, nem mais pleiteará a seu favor. O mal atuará livremente no coração dessas pessoas, impulsionando-as a fazer atrocidades. Nessa hora, encerra-se o tempo de comprovação que o mal não presta. Durante o derramamento das sete pragas, o homem se tornará tão insensível que, mesmo reconhecendo sua culpa, blasfemará contra Deus (Apocalipse 16:8-11).

Porém, com os selados não será assim. Paulo diz que os santos estão selados no Espírito “para o dia da redenção” (Efésios 4:30). Por meio do Espírito Santo, Jesus estará conosco “todos os dias até a consumação dos séculos” (Mateus 29:20). O fato é que, com o fim do juízo investigativo e o fechamento da porta da graça, Satanás não mais terá permissão para tentar os santos a pecar. Logo, não precisaremos mais da intercessão do Espírito, porque já estamos selados, muito embora ainda continuemos a carregar a natureza pecaminosa.

Já que não mais terá acesso aos selados, Satanás vai direcionar todos os poderes religiosos, políticos e militares contra eles. Os próprios anjos caídos investirão contra os santos para destruí-los. Esse será um período de grande tribulação e angústia para os filhos de Deus, durante o derramamento das sete pragas. Sua angústia não será pela perseguição em si, mas para saber se realmente confessaram a Deus todo mal com que lutavam. Essa angústia é comparada à angústia de Jacó no vale de Jaboque. Mas, mesmo em meio a angústia e dura perseguição, os selados não sofrerão dano de nenhuma praga, pois contarão com a presença do Espírito atuando em seu favor, protegendo-os de toda tentação. Por isso, o injusto continuará a cometer a injustiça, e o justo continuará a praticar a justiça; o imundo continuará na sua imundícia, e o santo continuará a santificar-se (Apocalipse 22:11).

No início desse artigo, nós contamos a história daquela agência que fechou por não aprender a lição de se preparar. Eles foram avisados que seriam roubados, mas não fizeram nada eficaz. Isso pode parecer absurdo, mas não se engane: muitos de nós estamos vivendo na mesma situação. Mas, o risco agora envolve consequências eternas para a vida ou para a morte. O Espírito Santo nos ajuda em nossa fraqueza, nos mostra a necessidade de orar, intercede pelos santos com gemidos inexprimíveis (Romanos 8:26, 27). O trabalho que o Espírito desenvolve é o de colocar em nosso coração a necessidade de vigilância contínua num mundo satânico que quer nos engolir.

Ao guiar-nos a toda a verdade, o Espírito nos ajuda a nos munirmos da armadura de Deus para apagar as flechas incandescentes do Maligno. É com a espada do Espírito, a palavra de Deus, que podemos contra-atacar o inferno, e nos tornarmos mais que vencedores naquele que nos amou. “Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos” (Efésios 6:16-18).

Então, amigo leitor, preste atenção: o tempo não para e o fim da história está chegando rápido! A porta da graça ainda está aberta. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, ainda intercede por nós no Santuário Celestial, enquanto o Espírito intercede por nós aqui na Terra. Temos o Deus do Universo ao nosso favor, como nosso advogado e juiz. Mas, um dia o julgamento vai acabar; a intercessão vai acabar. Se você não está levando a vida ao lado de Deus muito a sério, vai chegar o momento em que o Espírito vai parar de atuar em você, e pode ser que você nem note quando isso acontecer.

De que lado nós estaremos, do lado dos santos do Altíssimo, aqueles que guardaram os mandamentos de Deus e a fé em Jesus, e que permaneceram vigilantes na oração e na prática do amor? Ou estaremos do lado dos seguidores de Satanás, aqueles que praticaram o mal, ou, por comodidade, não se interessaram em conhecer a Deus? Qual sinal vamos receber: o selo de Deus no Espírito, ou a marca da besta (Apocalipse 13:8, 16, 17)? Amigo, se hoje você ouvir a sua voz, não endureça o seu coração. Jesus está voltando para nos dar vida eterna. Então, prepare-se, porque a nossa redenção está mais próxima do que quando cremos (Romanos 13:11). Vamos nos preparar para o dia da redenção!

Deus abençoe você!

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