“O nome Joel, significa ‘Jeová é Deus’. Além do profeta Joel, são encontrados mais doze pessoas com este nome no Velho Testamento. Joel era filho de Petuel, mas é impossível saber quem foi Petuel. O mais provável é que Joel era nativo de Judá e habitava em Jerusalém, mas não era sacerdote”. “Joel é chamado por muitos como o profeta do Templo. Ele desenvolveu o seu ministério profético no reino de Judá” (Enciclopédia de Bíblia e Teologia, vol.3, p.564).
Uma curiosidade interessante sobre o livro de Joel: não há nenhuma menção sobre reis que reinavam no seu tempo; portanto, fica muito difícil de identificar a época em que esse livro foi escrito. Existem pelo menos três interpretações quanto ao tempo, porém, nenhuma é conclusiva sobre esta questão.
O livro de Joel está dividido em duas partes. A primeira trata da descrição de uma invasão das lagartas, e de uma forte seca; a segunda apresenta o dia do Senhor, como algo mais no futuro e a restauração do favor divino.
A profecia que vamos estudar agora está registrada no capitulo 1, versículo 15 e diz o seguinte: “Ah! aquele dia! Porque o dia do Senhor está perto, e virá como uma assolação do todo-poderoso”.
A mensagem que está sendo anunciada é de que o dia do Senhor está perto e que todos terão que enfrentá-Lo. No começo do livro o profeta garante que o que escreve são palavras do Senhor.
O que precisamos entender primeiramente é o que o profeta queria dizer com a expressão “dia do Senhor”. Perceba que a forma como ele começa a profecia é em tom de surpresa. Joel parece que está angustiado com a revelação que recebeu e, principalmente ao saber que o “dia do Senhor está perto”.
“A expressão ‘dia do Senhor’ aparece pelo menos 20 vezes nos escritos dos profetas do Velho Testamento. Sempre foi usada com relação ao tempo do castigo divino sobre uma cidade ou nação. Esta expressão também é utilizada para se referir ao castigo final dos habitantes de toda a terra”. (S.D.A.B.C. vol. 4 p.204).
A Bíblia menciona com muita ênfase um outro dia, que é chamado de o “dia da salvação (Isaías 49:8)” ou o “dia aceitável (Isaías 49:8)”. Estas expressões se referem ao tempo de graça divina para os homens ou para as nações. Quando um profeta usava a expressão “dia da salvação” ou “dia aceitável”, a ênfase era que Deus estava pronto em ajudar, em socorrer; quando a expressão usada era “dia do Senhor”, referia-se a ocasião ou fim de oportunidade ou tempo de graça e arrependimento para uma cidade ou nação. Assim, quando os profetas mencionam que “hoje é o dia da salvação”, é sinal que o ser humano ainda pode escolher entre fazer o bem ou fazer o mal; porém, quando o profeta usa o termo “dia do senhor”, a única vontade a prevalecer é a vontade do Senhor Deus.
Portanto, a expressão “dia do Senhor”, em Joel, quer dizer que estava se aproximando o dia quando a nação de Judá não mais teria permissão de seguir com uma conduta ímpia, pois passaria a receber o castigo ordenado por Deus. O profeta estava alertando aos líderes de seu tempo que em breve eles teriam que enfrentar os juízos divinos, frutos da rebelião contra Deus e Palavra dEle.
Os juízos divinos foram vistos de muitas formas ao longo da história. Alguns exemplos: o dilúvio no tempo de Noé (Gênesis 5:13-17); fogo queimando Sodoma e Gomorra (Gênesis 19:24); as pragas no Egito antes da libertação de Israel (Êxodo, capítulos 7 a 12).
Mas de que forma esses juízos chegariam aos contemporâneos de Joel? No capítulo 1:4, 10-12, encontramos o seguinte: “O que ficou da lagarta, comeu o gafanhoto, e o que ficou do gafanhoto o comeu a locusta, e o que ficou da locusta o comeu o pulgão. O campo está assolado, e a terra triste; porque o trigo está destruído, o mosto se secou, o olho falta. Os lavradores se envergonham, os vinhateiros gemem, sobre o trigo e sobre a cevada; porque a colheita do campo pereceu. A vide se secou, a figueira se murchou; a romeira também, e a palmeira e a macieira; todas as árvores do campo se secaram, e a alegria se secou entre os filhos dos homens”.
Os estudiosos da Bíblia afirmam que a profecia de Joel, que fala da seca e da invasão de insetos destruidores, é algo literal e não um simbolismo como querem afirmar alguns. O profeta usou o drama da seca e da invasão dos gafanhotos para levar o povo a um arrependimento sincero.
A expressão “dia do Senhor” também aparece no Novo Testamento, relativa a volta de Jesus. Ouça o que apóstolo Pedro escreveu: “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há se queimarão” (II Pedro 3:10). Perceba que a profecia de Joel é daquelas que podem ter um duplo cumprimento. Cumpriu-se nos dias dele, quando Judá foi castigado pela desobediência e desleixo com as coisas sagradas e se cumprirá novamente, numa escala universal, quando Jesus retornar a esta terra. Como escreveu Pedro, todos os que estiverem vivos terão que enfrentar o dia do Senhor.
Amigo ouvinte, qual será tua reação no “dia do Senhor”, no dia da volta de Jesus? A resposta pode ser encontrada agora, nas escolhas que fazemos, pela forma como vivemos a vida e para quem oferecemos nosso tempo, nossos talentos, recursos e o trono de nosso coração.