fé genuína é reconhecer a fidelidade de Deus e em resposta a isso é ser movido por ela.”
Maiara Costa
Uma palavra tão pequena e tão complexa. Uma das palavras mais difíceis de se encontrar um significado simples e objetivo. Para o dicionário da língua portuguesa fé pode significar muitas coisas, tais como: Crença, crédito; convicção da existência de algum fato ou da veracidade de alguma afirmação. Crença nas doutrinas da religião cristã. Fidelidade a compromissos e promessas.
No latim esse termo assume duas formas ou tipos: a fé doutrinal e a fé relacional.
Mas afinal de contas o que é fé? É um sentimento? É uma sensação? É uma pensamento positivo?
Será que para termos certeza se temos ou não fé, dependemos de estarmos sentindo algo? Tipo, se não sinto, significaria que não a tenho?
Para começarmos a entender esse tão importante assunto (Hebreus 11:6), não iremos ficar aqui filosofando ou fazendo um estudo etimológico exaustivo, mas iremos tentar entender a fé da maneira mais simples possível, ou seja, através de uma história, do exemplo de alguém que foi considerado uma pessoa de fé (Hebreus 11:8).
Abra sua Bíblia no livro de Gênesis, capítulo 12, encontramos aqui a história de um dos maiores personagens do Antigo Testamento que é Abraão, considerado pai da fé.
O texto bíblico vai nos informar que Abrão era um homem de setenta e cinco anos de idade que morava em Ur dos Caldeus, casado, sem filhos, foi uma pessoa que construiu a sua vida em Harã, tinha posses, tinha servos e aparentemente tinha estabilidade em todas as áreas. A história narra que num determinado momento ele ouve a voz de Deus falando com ele, fazendo um pedido que para nós pode soar demasiadamente estranho. A voz diz à ele para abandonar a sua parentela, ou seja, tudo aquilo que poderia representar sua segurança e estabilidade e partir para um lugar desconhecido. A narrativa continua e nos mostra que algumas promessas e um propósito são apresentados para Abrão. Sem muitas perguntas ou mesmo sequer diálogo a história conta que ele ouve a voz de Deus e lhe obedece (Gênesis 12:1-8).
O que essa história pode nos ensinar sobre o que é ter fé?
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Não encontramos em nenhum momento do texto um diálogo entre Deus e Abrão. Deus fala e Abrão escuta.
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Não encontramos no texto Deus dando todas as coordenadas e informações para Abrão. Deus fala o que vai ser, mas não como.
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Não encontramos no texto Deus fazendo garantias do quando.
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Nem sempre teremos respostas para todas as perguntas.
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Nem sempre teremos todas as informações necessárias.
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Nem sempre entenderemos tudo de imediato.
Isso nos ensina que uma pessoa de fé é aquela que ouve e faz. Por isso que o conceito bíblico de fé é uma firme convicção (Hebreus 11:1), essa convicção não vem de sentimentos ou assentimentos, emoções, sensações, arrepios e etc, mas vem de um profundo relacionamento. A palavra hebraica usada para fé é emunah e ela foi extraída de uma expressão: “Elohim melekh naahmam” que significa Deus é um rei fiel.
Perceba que fé para a mentalidade hebraica não era algo baseado nos sentimentos ou sensações, mas sim na convicção da fidelidade de Deus. A fé é um reconhecimento dessa fidelidade. A fé é a confiança em Alguém. NEle eu me firmo, porque Ele é um rei fiel.
A fé que tem sido incentivada hoje é baseada no que os olhos podem ver e no que eu posso sentir. Porém, a fé genuína é reconhecer a fidelidade de Deus e em resposta a isso é ser movido por ela.
Concluo com o seguinte pensamento: Mesmo que as evidências não respondam tudo acerca de Deus, ou mesmo se quer não consigam provar a Sua existência, que o meu relacionamento pessoal com Ele cubra aquilo que não entendo ou mesmo não tenho resposta. Porque Ele tem sido um rei fiel a mim.