O profeta, ao mencionar o leão com asas de águia estava se referindo a Nabucodonosor, rei de Babilônia. Na profecia, o leão perderia as asas de águia, uma referência a fraqueza e despreparo dos sucessores do rei caldeu.
Hoje vamos estudar o segundo dos quatro animais. Daniel 7:5: “Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os dentes; e foi-lhe dito: levanta-te e devota muita carne.”
O que Deus queria transmitir ao profeta, quando fez esse tipo de revelação? Primeiramente, vamos conhecer um pouco da vida e hábitos de um urso. A Bíblia diz que é um animal astuto (Lamentações 3:10); o urso defende furiosamente suas crias (II Samuel 17:8); tem muita força em suas patas (I Samuel 17:37).
“Os ursos são classificados como carnívoros; mas na verdade eles se alimentam de outras coisas, incluindo plantas das mais variadas espécies, peixes e pequenos animais. Também comem formigas, abelhas e suas colméias. Os ursos normalmente evitam o homem, mas no inverno e começo da primavera, após saírem da hibernação parcial, os ursos estão muito famintos e podem atacar rebanhos. Já as ursas só tem filhotes uma vez por ano, dando até quatro crias de cada vez… Um único golpe da pata de um urso pode esmagar a cabeça de um homem ou animal.” (Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, vol. 6, p. 697).
Um outro fato que temos que lembrar é que, em profecias, a própria Bíblia diz que animal significa “reis e reinos”. Portanto, após a fase caracterizada pelo leão, surgiria um reino ou rei cujas ações seriam semelhantes as de um urso.
E foi exatamente isto que aconteceu após o período babilônico. Astiages, rei dos Medos, teve uma filha que recebeu o nome de Mandana, e os oráculos diziam que ela seria forte, poderosa e destruiria o próprio pai. Astiages, com medo das profecias a respeito da filha, enviou-a para a Pérsia. Lá ela se casou com Cambises e desse casamento nasceu Ciro.
“Calcula-se que Ciro nasceu perto do ano 600 antes de Cristo. Foi o fundador do império Persa e conquistador de Babilônia. Governou-a de 539 AC até morrer no ano 530.” (Arqueologia Bíblica, p. 282).
Ao se tornar rei da Pérsia propôs a Astiages, rei dos Medos – que era seu avô – uma união para criar um grande exército. Astiages, lembrando das profecias sobre Mandana, mãe de Ciro, não aceitou a aliança. Ciro enviou os seus embaixadores mais importantes para convencer o avô das vantagens dessa aliança. Astiages prendeu os embaixadores e lhes cortou a língua, dizendo: “Voltem e digam a Ciro qual é a minha resposta”.
Ciro, então, conquistou os Medos, mas não destruiu o avô. Dessa forma os dois povos foram unidos a força. Os Persas eram mais fortes.
E, foi na noite de 13 de outubro de 539 AC que a cidade de Babilônia caiu diante do exército dos Medos e Persas, liderados por Ciro (Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, vol. 1, p. 752). Após a queda de Babilônia Ciro colocou Astiages como um dos líderes da cidade.
A profecia mencionava que o urso estaria com um lado levantado; andaria com um lado do corpo mais alto do que o outro. Isto quer dizer que a sociedade proposta por Ciro ao seu avô não funcionou de forma perfeita. Astiages aceitou a união porque não lhe restava outra alternativa. Os Medos e Persas não viviam uma sociedade equilibrada. Um lado era mais forte que o outro.
A profecia também afirmava que o urso tinha na boca três costelas. Interessante que as três conquistas mais importantes dos Medos e Persas foram a Lídia, em 546 AC, Babilônia, em 539 e o Egito, em 525 AC. A profecia se cumpriu plenamente.
Gostaria de chamar sua atenção para um outro ponto importante: em Babilônia estavam os judeus cativos. E uma das tarefas de Ciro, segundo outra profecia já estudada nesse programa, era libertar os judeus da escravidão. E foi exatamente isso que ele fez. A arqueologia confirma isso. Foi encontrado um cilindro de 45 centímetros de comprimento que hoje está em um museu, em Paris. No cilindro está escrito: “Ciro desviou o rio e conquistou a Babilônia e recebeu a visita de líderes das nações que estavam no cativeiro, e depois desta visita, Ciro decretou que as nações voltassem para sua terra”. (J.A. Thomson. The Bible and Archaelogy. William Eardmann Publishers Co. Grand Rapids, Mi. 1982. p. 202).
Deus, amigo ouvinte, tem um plano especial para você também como teve com Ciro. Ele está a procura de pessoas que, a semelhança de Ciro, se disponham a levar a verdadeira liberdade aos que se encontram de uma ou outra forma cativos. Quem sabe, prisioneiros de sentimentos de culpa, de complexos de inferioridade, infelizes com o que tem ou com o que são.
Jesus Cristo veio a este mundo também para libertar. Libertar cada um de nós de qualquer problema ou situação que nos escravize. Deus almeja a nossa felicidade e, como escreveu Paulo, podemos todas as coisas nAquele que nos fortalece (Filipenses 4:13).