Inicial ENCONTRO COM AS PROFECIAS Amargura e desapontamento

Amargura e desapontamento

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A profecia de João dizendo do livrinho que ele comeu. Doce na boca e amargo no estômago. O livro que deveria ser comido ou estudado, é o livro de Daniel que esteve selado até o “tempo do fim” (Daniel 12:4). Segundo a explicação do anjo Gabriel, em Daniel 11:40, o tempo do fim iniciou no ano de 1798. Portanto, em torno deste ano, o selo do livro de Daniel foi removido, tornando-se a partir de então aberto ao estudo e à pesquisa. Centenas de pessoas, em diferentes lugares do mundo, começaram então a descobrir as profecias de Daniel.

Um grupo de cristãos dos Estados Unidos começou a estudar a profecia de Daniel 8:14, que dizia que “após 2.300 dias- anos, o santuário seria purificado”. Eles entenderam que o santuário que seria purificado era a Terra pela vinda de Cristo, quando ela seria destruída pelo fogo. A mensagem de segunda vinda de Cristo começou a ser pregada por um batista, Guilherme Miller, e se espalhou por muitos países e continentes.

Milhares de pessoas foram contagiadas pela pregação de Miller e seus companheiros. Eles esperavam com muita alegria o dia 22 de outubro de 1844, como o dia que todos os seus problemas seriam resolvidos. Ninguém contava com a possibilidade de Jesus não vir. Pessoas de todas as religiões acreditavam na segunda vinda iminente do Senhor. Com isso, não se prepararam para o próximo inverno que se aproximava.

Fazendeiros não colheram as suas plantações, as batatas foram deixadas a apodrecer na terra, donos de armazéns doaram as suas mercadorias aos pobres. Eles não precisavam mais de nada, pois no dia 22 de outubro Cristo viria para inaugurar uma nova era para os crentes.

O dia 22 chegou e o que esperavam não aconteceu. O desapontamento foi total. Tristeza era o sentimento mais evidente em milhares de pessoas. A vergonha era geral. As pessoas não tinham coragem para olhar para amigos e vizinhos que não acreditavam na doutrina da segunda vinda de Cristo.

A mensagem que tinha sido doce na boca se tornara, agora, amarga no estômago. Porém, a profecia de Apocalipse é extraordinária. Ela aponta um caminho pós-decepção. Veja o capítulo 10:11 – “E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações e línguas e reis”.

Como poderia esta profecia ser cumprida, se todos estavam humilhados e frustrados pelo erro de interpretação que cometeram? Um pequeno grupo continuou estudando com mais empenho o assunto. Um deles chamava-se Hiram Edson. Hiram saiu de sua casa para visitar um amigo, mas não teve coragem de ir pela estrada com receio de encontrar alguma pessoa e esta zombar de suas crenças; ele preferiu andar pelo meio de uma plantação de milho.

Enquanto caminhava em meio à plantação, a sua mente foi iluminada com a convicção de que o santuário a ser purificado no fim dos 2300 anos era o santuário celestial e não a volta de Jesus. Ele viu que a compreensão do santuário estava equivocada. Jesus na data de 22 de Outubro de 1844, de fato iniciou a purificação do santuário. O equivoco do grupo de Miller, foi em afirmar que o santuário era a terra. Eles criam que Jesus viria naquela data para purificar o planeta com fogo.

Os mileritas estavam certos na data. Nessa ocasião, conforme a profecia de Daniel, Jesus começou a purificação do santuário celestial. O evento ou local dessa purificação é que não estava correto. Com esta nova compreensão, o pequeno grupo perseverante de estudiosos debruçou-se sobre o tema do santuário confirmando a iluminação recebida por Hiram Edson.

A crença na volta de Jesus passou a ser heresia pela maioria das igrejas cristãs, devido ao desapontamento que tiveram. Quem cresse nessa doutrina era expulso de sua igreja. Estes cristãos sinceros foram então se reunindo e organizando-se para dar seguimento ao texto profético: anunciar ao restante dos povos a mensagem de oportunidade e salvação.

As verdades bíblicas que começaram a serem restauradas com os reformadores, em séculos anteriores, ganharam agora novo impulso. A responsabilidade de Apocalipse 14:6 e 7, pesava sobre eles: “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação e tribo, língua e povo. Dizendo com grande voz: temei a Deus, e dai-lhe glória; porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu e a terra, e o mar, e as fontes das águas”.

Era missão daquelas pessoas que haviam passado pelo desapontamento, não se acomodar diante da derrota. Era preciso “profetizar novamente”, conforme ordenava a profecia. Precisavam pregar um evangelho eterno, anunciar a mensagem do juízo, de que Jesus agora, como Sumo Sacerdote, iniciava uma nova fase do julgamento divino.

Outras doutrinas essencialmente bíblicas foram resgatadas. Entre elas a da observância do sábado como dia de descanso, trazendo a memória o mandamento de Êxodo 20:8-11.

Desse pequeno grupo do desapontamento de 1844 surgiu a Igreja Adventista do Sétimo Dia, conforme a profecia, trazendo no próprio nome o objetivo de sua missão: anunciar a volta do Senhor e resgatar o sábado bíblico, como selo de Deus, instituído na criação do mundo.

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