A esperança faz parte da visão profética para o tempo em que vivemos
Observando o mundo em que vivemos, que palavra você usaria para descrever nossa situação? Existem várias possibilidades, mas certamente “crise” estaria no topo da lista. Ela está na política, nos valores morais, na ecologia, no cenário financeiro e nas questões corporativas, profissionais, existenciais, familiares e espirituais. Com a expansão da internet, das redes sociais, das fake news e da irresponsabilidade virtual, o potencial de crises tornou-se ainda maior. Sem dúvida, essa é a palavra do momento.
No entanto, para um estudante da Bíblia, “esperança” é uma palavra ainda mais relevante. Afinal, crise se enfrenta com esperança (Hc 3:17-19). Ela deve estar no centro das atenções de alguém que conhece a visão profética para o tempo em que vivemos. O pastor Amim Rodor vai mais longe e reconhece que “o resumo da confissão adventista e? encontrado na palavra ‘esperança’”.
Há muito conteúdo transmitido pelas poucas letras desta palavra, que aparece cerca de 290 vezes na Bíblia e 4.406 vezes nos escritos de Ellen G. White. Esperança representa a maior expectativa do mundo; lembra a mensagem da segunda vinda de Cristo, descrita cerca de 2 mil vezes em toda a Bíblia; indica a identidade dos adventistas, que não nasceram de uma grande decepção, mas de uma esperança renovada; era a característica dos pioneiros adventistas, ilustrada por Tiago White ao concluir sua mensagem na primeira revista adventista (The Present Truth) com a expressão “na esperança”; e é a marca dos projetos missionários desenvolvidos hoje em toda a Divisão Sul-Americana. Realmente, essa palavra é um fio de ouro que liga sentimentos, mensagens e expectativas muito importantes.
Sua força aparece também no hino que representa a unidade e identidade da Igreja Adventista ao redor do mundo. Com certeza você já cantou ou pelo menos ouviu o hino “Oh! Que Esperança!”. Ele foi cantado pela primeira vez na assembleia da Associação Geral de 1962, realizada na cidade San Francisco e que teve o mesmo tema. Foi também a base da mensagem de abertura apresentada pelo pastor R. R. Figuhr, presidente mundial da igreja de 1954 a 1966, e que também havia sido presidente da Divisão Sul-Americana, de 1941 a 1950. Wayne Hooper, que era parte da equipe de A Voz da Profecia americana, compôs o hino especialmente para esse encontro mundial, mas seu impacto foi tão forte que passou a ser cantado pela igreja ao redor do mundo. Acabou sendo também o único hino oficial de cinco assembleias gerais. Além de 1962, foi repetido em 1966, 1975, 1995 e 2000. Nossa unidade e identidade estão construídas sobre essa esperança.
Mas o conselho bíblico vai além de simplesmente conhecer a força, o valor ou o significado da palavra “esperança”. O desejo do Senhor, apresentado pelo apóstolo Paulo, é que sejamos “ricos de esperança” (Rm 15:13). E, para isso que isso realmente aconteça durante este ano, quero convidá-lo a investir tempo na leitura das Meditações Diárias Nossa Esperança. Tive a oportunidade de escrever esse devocional e creio que, pelo poder do Espírito Santo, o contato com suas mensagens bíblicas, testemunhos marcantes e histórias poderosas vai tornar cada leitor mais “rico de esperança”. Nossos pés estarão na Terra, mas nossos olhos serão levados ao Céu, apegados à certeza da breve volta de Jesus.
Tire seus olhos da crise e coloque seu coração no pensamento de que o Senhor logo virá. Que essa esperança alegre nosso coração (ver Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 287)! Viva cada dia de 2019 alimentado por este sentimento que vem do Senhor.
ERTON KÖHLER é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul